Publicado em 21/07/2025 às 16:43,
A Rio Pardo Proteína Vegetal (RPPV), indústria processadora de soja com sede em Sidrolândia, projeta uma nova fase de crescimento após enfrentar uma grave crise provocada pelo aumento nos custos do frete internacional durante a guerra entre Rússia e Ucrânia. A empresa, que chegou a entrar em recuperação judicial no fim de 2023 com dívidas de R$ 160 milhões, agora volta a gerar caixa e anuncia a ampliação de sua planta fabril.
A fábrica piloto de Sidrolândia, que hoje processa 160 toneladas diárias de soja, será ampliada para 600 toneladas. O investimento previsto é de R$ 300 milhões. A operação de captação de recursos é assessorada pela One Partners, empresa comandada pelo ex-banqueiro Bernardo Parnes.
A indústria, instalada estrategicamente em uma região com cerca de 1 milhão de hectares de soja num raio de 90 km, é especializada na produção de SPC (concentrado proteico de soja), produto utilizado na nutrição de animais como suínos, aves e peixes. Mesmo com tecnologia própria que reduz custos e oferece maior valor agregado, a companhia foi impactada pela explosão do custo do frete que saltou de menos de US$ 1 mil para até US$ 7 mil por contêiner em 2022 e viu sua base de clientes no exterior encolher drasticamente.
Desde então, a Rio Pardo renegociou dois terços de suas dívidas e reestruturou a operação. Hoje, 55% das vendas são destinadas ao mercado interno, atendendo grandes grupos como JBS, Seara e Aurora Coop. A empresa também iniciou exportações para países como Itália e Turquia, e se prepara para avançar no mercado chinês.
A previsão é que a nova planta em Sidrolândia fique pronta em até 14 meses. Quando estiver operando em plena capacidade, a RPPV projeta faturamento anual entre R$ 800 milhões e R$ 850 milhões, com Ebitda de até R$ 150 milhões.
Segundo Osvaldo Aguiar, CEO da companhia, a combinação de tecnologia própria, comprovação científica da eficácia do produto e uma gestão mais eficiente permitiu que a empresa saísse do vermelho e retomasse a rota do crescimento. Além disso, novos mercados estratégicos, como o da aquicultura no Chile e da alimentação animal na China, devem impulsionar ainda mais a operação com sede em Sidrolândia.